A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF), acusando o ex-presidente Jair Bolsonaro de liderar uma "organização criminosa" que desde 2021, buscava incitar uma intervenção militar no país para executar um golpe de Estado. O objetivo seria manter Bolsonaro e seus aliados no poder, independentemente do resultado das eleições de 2022.
A denúncia, com 272 páginas, detalha fatos, evidências e depoimentos, incluindo o do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid. A PGR conclui que Bolsonaro e outros 33 indivíduos, entre ex-ministros e militares de alta patente, atuaram para minar a confiança pública no sistema eletrônico de votação e nas instituições democráticas brasileiras.
Baseando-se em inquérito da Polícia Federal que, em novembro de 2024, indiciou Bolsonaro e outros 36 por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, a PGR alega que o ex-presidente não apenas tinha conhecimento, mas também participou de ações planejadas para concretizar o golpe. Entre essas ações estaria um suposto plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
O procurador-geral da República, Paulo Gonê, afirmou que os fatos narrados não deixam dúvidas de que o cenário de instabilidade social foi fruto de uma longa construção da organização criminosa. Segundo a PGR, a conspiração ganhou força em março de 2021, após o STF anular as condenações criminais de Lula, permitindo sua candidatura em 2022.
A defesa de Bolsonaro nega as acusações, afirmando que o ex-presidente jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou das instituições que o sustentam.
O STF avaliará a denúncia para decidir sobre a abertura de ação penal contra os acusados.
Fonte: Agência Brasil.