A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo declarou, nesta quarta-feira dia 19, situação de emergência em saúde pública devido ao agravamento da epidemia de dengue no estado. O anúncio foi realizado no Instituto Butantan pelo secretário Eleuses Paiva. A decisão baseia-se na alta incidência da doença, com 300 casos para cada 100 mil habitantes, afetando 225 municípios, dos quais 60 já decretaram emergência municipal. Até o momento, São Paulo registra 124 mil casos de dengue em 2025, resultando em 113 óbitos confirmados e 233 mortes sob investigação. No cenário nacional, o Ministério da Saúde contabiliza 131 mortes pela doença neste ano. Em 2024, a dengue causou 6.216 óbitos no Brasil, sendo 2.174 no estado de São Paulo. Historicamente, o período de maior incidência ocorre entre abril e junho. Durante a reunião do Centro de Operações de Emergências para as Arboviroses (COE), foram anunciadas medidas para intensificar o combate ao mosquito Aedes aegypti e aprimorar o atendimento aos pacientes. Entre as ações, destaca-se um aumento de 20% no Teto MAC, Média e Alta Complexidade, para custear o tratamento de casos graves no Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, serão destinados R$ 3 milhões para a aquisição de equipamentos de nebulização e fornecimento de medicamentos e insumos, como sais de reidratação oral e soro fisiológico, aos municípios com abastecimento comprometido. Campanhas de conscientização também serão reforçadas, incluindo o portal "Dengue 100 Dúvidas" e a iniciativa "São Paulo: Somos Todos Contra O Mosquito da Dengue". Paralelamente, o estado enfrenta um aumento nos casos de febre amarela, com 15 registros e 9 mortes em 2025, principalmente entre não vacinados em áreas rurais. O diretor do Butantan, Ésper Kallas, informou que a vacina de dose única contra a dengue está em fase final de aprovação pela Anvisa, embora ainda não haja previsão para sua produção e distribuição em larga escala.